quinta-feira, 25 de junho de 2009

O amanhecer de um novo dia! 2

No meio desde sentimento, me veio uma certeza interna e iria sobreviver a todo esse sofrimento, mas sozinha não! Teria que ter outros, pois teria que ter ajuda. Mas quem? Onde estavam as pessoas que apoiariam umas as outras no meio dessa destruição?
Com tudo isso surgiu em mim, e em meu marido, um desejo forte de viver em comunidade. Queríamos compartilhar tudo que tínhamos. Queríamos ajudar, a ser ajudados. Mas, onde estava o nosso povo? Procuramos e procuramos, mas tudo que encontramos foram pessoas que queriam seu próprio pedacinho de terra e sua própria casinha, o que quer dizer, em outras palavras, que queriam viver suas próprias vidas para si. Nós tínhamos muita visão sobre ter uma cooperativa, organizar classes sobre partos holísticos. Reunir pessoas em círculos de cura interna, ter uma turma de restauração de casas antigas e mais antigas e mais! Visão não nos faltava mas sabíamos que sozinhos seria impossível! Foi nesse tempo que dois homens, carregando mochilas, vieram até nossa casa. Falaram de sua comunidade e da vida que viviam. Parecia que meu sonho foi realizado: um povo, uma hereditariedade, comunidade em toda a terra, gente que ama de verdade, sem etiqueta de preço... Mas... O que é isso?! Eles estavam dizendo que o messias, era sua salvação.
No fim do verão, alguns daquela comunidade vieram até nossa vila colher maças. Foi minha oportunidade de experimentar a vida deles. As vezes fui repelida e as vezes fui atraída: repelida porque as coisas que eu vi se lançavam contra a corrente do meu mundo, atraída porque eu realmente desejava conhecer a verdade. Foi me mostrada uma demonstração viva da nova época. Foi me mostrado um povo vivendo junto, amando uns aos outros sem hipocrisia e compartilhando tudo o que tinham.. Eles não estavam trabalhando para um sistema no qual não criam. Deixaram completamente para trás aquela sociedade velha. Este povo tinha algo que eu nunca tinha visto antes: um espírito bem diferente, um espírito bem especial. Através desse espírito eles tinham comunhão com o seu criador.


depoimento de Ruth

terça-feira, 23 de junho de 2009

memórias de Sarah XII

Naquela estação

( Adriana Calcanhoto)

Você entrou no trem
E eu na estação
Vendo um céu fugir
Também não dava mais para... Tentar
Lhe convencer a não partir
E agora tudo bem
Você partiu
Para ver outras paisagens
E o meu coração embora
Finja fazer mil viagens
Fica batendo parado naquela... Estação


ps. naquele inverno um amor se foi, e outros vieram depois, mas as lembranças, a emoção, aquela saudade ficou para sempre guardada!

sábado, 20 de junho de 2009

O amanhecer de um novo dia!

E um grande sinal apareceu no céu, uma mulher vestida com o sol, e a lua debaixo de seus pés,
E sobre sua cabeça uma coroa de doze estrelas... Apocalipse 12. 1
Desde criança eu via hipocrisia em todo lugar: em casa, na igreja, na escola e no governo. Na minha juventude comecei a rejeitar a sociedade em eu vivia.
Comecei a buscar o caminho de “volta ao jardim”. Eu estudei muitas comunidades, considerando muitas alternativas de vida na busca pela utopia.
Essa busca me envolveu com muitas filosofias diferentes: cura holística, espiritualidade indígena, rede de luz, meditação, cidadãos planetários, visualização, música inte- dimensional, óvnis, realidade multidimensional, naturismo, tarô, yoga, astrologia e cristianismo. Todos esses caminhos me levaram a me sintonizar com o mais profundo do meu ser. Fui conectada com a grande unidade de tudo o que existe.
Através de vários ensinos comecei a acreditar que eu podia, no final de tudo, me tornar co-criadora com deus; que através de pensamento positivo e visualização apropriada, podia criar minha própria realidade, minha utopia.
Nos meus pensamentos tive esperança pela nova era que há de vir, o amanhecer da era aquariana, onde o amor e paz reinaria sobre o planeta,. Me imaginei ligada a milhares de outros com a mesma fé ao redor de todo o mundo numa rede de luz. Cada um de nós era um embaixador de luz neste planeta, e enquanto cada um visualizava a luz interna e criava imagens de amor em nossa visão mental, iríamos mudar o mundo atual de verdade.
Mas ainda ansiava algo mais profundo em minha alma. Querias encontrar um povo com quem pudesse me identificar. Eu queria uma hereditariedade, uma cultura. Relacionei isso aos índios que viviam juntos em tribos, todos interligados pelas mesmas crenças. Em suas reuniões tribais experimentavam sentido, propósito e unidade. Como eu queria experimentar isso.!
Também imaginei que um dia as pessoas poderiam ir de comunidade a comunidade e se sentirem em casa, sem ter que pagar pela” experiência,” sentindo-se confortáveis com seus amigos. O que me perturbava era que àqueles que falavam sobre amor, sempre colocavam uma etiqueta de preço nele!
Ao mesmo tempo estava lutando contra medos terríveis dentro de mim. Não sabia bem do que eu estava com medo, mas eram coisas que quase não conseguia identificar.por exemplo, para mim era óbvio que a terra toda estava em desordem. Ninguém sabia o que ia acontecer, e esta incerteza de coisas futuras sempre alimentava estes meus medos. Inquieta, quase perdi a esperança de realizar os meus sonhos.
Quase ao mesmo tempo, li um livro de ficção científica que contava a estória dos últimos dias antes do amanhecer de uma nova época. Mesmo sabendo que o livro não passava de ficção, caí numa depressão terrível que durou vários dias.
Fome, terremoto, guerra, batalha nuclear, milhares de órfãos, e desabrigados, maremotos, tudo fez parte da estória. Fiquei profundamente afetada.
Vi o futuro como se um anjo tivesse me dito e de alguma maneira percebi que isso tudo havia um fundo de verdade.


depoimento de Ruth

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Memórias de Sarah XI

“Uma história de amor”

“..Sinto diferentes sentimentos em relação a você.
Quero que me telefone, dias depois não quero mais.
Eu te amo e te quero, gostaria de te fazer mal,
Que sofresses, e eu cairia em teus braços.
Hoje não fiz nada, sonho, imagino um bocado de coisas,
Sinto-me memorável, tenho vontade de chorar,
Não amo o sofrimento, não quero sofrer.
Procuro me defender, discuto comigo mesma. Evito pensar,
Olho a tua foto e te amo.
E ei-me ainda a esperar.”

Três dias sem ti,
E faltam ainda cinco...
Três anos sem ti...
Três séculos sem ti.

Tu estás tão longe
E eu te sinto perto.
Tudo me fala de ti
Tudo o que vejo...
Tudo o que faço...
Desejo-te!

Quando o amor vos faz sinal, segui-o,
Se bem que os seus caminhos,
Sejam duros e escarpados,
E quando suas asas vos envolverem, deixai,
Se bem que o espinho escondido
Em suas penas vos possa ferir.
E quando vos falar, crede nele,
Embora sua voz, possa ferir nossos sonhos,
Como o vento da noite devasta os jardins.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Memórias de Sarah X



"Olho os favos que o homem retirou da colméia. E lambendo mel dos dedos penso que o amor é assim mesmo, cheio de vazios como casa de abelha. Mas em parte me engano,
Porque o amor não tem essa regularidade geométrica, essa organização previsível,
O vazio pode aparecer quando menos o esperamos, desorganizando o que existia e impondo suas regras.
E embora quiséssemos o amor compacto, mantido sempre no ponto máximo de fusão dos amantes, são justamente estes que lhe dão elasticidade, permitindo-lhe respirar e manter-se vivo."

Pág. 101 – Os espaços em que ele vive...

Uma história de amor!

“Eu esperava pela janela, contando o tempo pelas batidas do coração.
De repente, um corpo esguio, as mãos macias; venha.
O silencioso balé de corpos, a dama pelo lado de dentro da calçada...
A noite fugia como areia entre os dedos, então retornávamos, retardando o passo,
Os corações, o compasso... O beijo tremulo, entrelaçando amor e desejo. Amor. “Boa noite, um último sussurro, sufocadas de paixão, até amanhã, então, entre um penúltimo sorriso, está bem, até amanhã e amanhã e amanhã.”
FELIZ DIA DOS NAMORADOS!!!!!!!!!

terça-feira, 9 de junho de 2009

Memórias da infância 2

Usar o outro como meio de satisfação e segurança,
Não é amor. O amor jamais é segurança;
O amor é um estado em que não existe desejo de estar seguro;
É um estado de vulnerabilidade “....

J. Krishnamurti
De tanta insistência minha, fui matriculada na escola, no 1 ano primário, como ouvinte, pois não tinha idade para freqüentar as aulas, mas queria muito aprender a ler e escrever, acho que deixei minha avó bem doida, de tanto pedir, o colégio era de freiras, muito severo e logo senti na pele as dores da desobediência , era um pouco imatura para acompanhar as tarefas e sofri as punições, como palmadas nas mãos, e muitos outros castigos, a professora era muito rude comigo, ou eu que desobedecia as ordens impostas.
Bem eu sentia muita saudade da casa da minha mãe, das minhas irmãs, tinha uma foto de uma das minhas irmãs que eu não largava, ficou até amassada e amarela de tanto eu brincar e olhar, então acho que pedi para voltar para casa, ou minha mãe pediu, que eu voltasse, não sei bem.

Aquele ano demorou a passar, foi um ano de descobertas incríveis, para uma criança de 6 anos , depois voltei para casa e minha vida de menina mimada acabou.
Quando estava para voltar, minha avó gostava de cantar uma canção:
“vou-me embora, vou-me embora sinhá dona, amanhã bem de manhazinha, deixou um abraço para quem fica eu rever minha mãezinha.” Eu ouvia a canção e chorava, pois estava dividida, queria ficar com minha avó, e ver a minha mãe, tudo era tão distante, tão longe, que saudade meu Deus.
Lembro bem do dia que voltei, abri minha mala e lá estavam todos meus tesouros, que tinha ganhado da minha avó e dos meus tios. Exibia tudo para minhas irmãs, que ficaram com ciúmes, e com razão, pois eu tinha muita coisa, muitos brinquedos, roupas novas e sapatos...
então a vida seguiu seu curso normal, depois voltava nas férias para visitar minha avó, ...

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Memórias da infância 1

“Iludir a si mesmo por amor é a mais terrível decepção,
É uma perda eterna para a qual não existe reparação,
Quer neste mundo, quer na “eternidade.”

Soren Kierkegaard

Cheguei já tarde da noite, tudo ali era novidade para mim, olhei pela primeira vez aquela casa linda, a casa da minha avó. Era uma casa grande com sótão, um quartinho escuro lá em cima, uma dispensa enorme, Eu desci correndo a escada mal podia esperar no outro dia quando eu poderia explorar todo o território, onde moraria por pelo menos 1 ano. Bem eu fui a escolhida para morar uns tempos na casa de minha avó para lhe fazer companhia, pois, meu avô havia falecido .
Deste tempo só tenho boas recordações, eu tinha 5 para 6 anos de idade, o tempo das descobertas, tempo das mudanças, estava me conhecendo, muito esperta, eu era uma garotinha cheia de sardas, lembro que ficava horas em frente ao espelho arrumando meu cabelo, colocando grampo e presinhas.
Minha avó fazia tudo para mim, acho que ela queria esquecer sua perda e dedicou todo seu tempo à mim, ela esquentava um pãozinho que lembro do cheiro até hoje, me encheu de roupas e brinquedos, o melhor de tudo que era tudo só para mim, não tinha que dividir com ninguém, acabei me tornando um pouco mimada, egoísta,...tinha um tamanquinho vermelho, que eu não tirava, uma bolsinha tiracolo, minha boneca linda bel, um triciclo que eu voava nele, nas calçadas, era maior aventura,
Um dia quando voltei da escola tinham levado meu tico-tico, minha avó então me prometeu uma bicicleta no lugar, e fiquei esperando..., andava atrás nas lojas, ia até sozinha procurar, um dia fui debaixo de chuva e nada... Depois o tempo passou e eu esqueci, e aquela bicicleta, bem, não ganhei .
Minha avó tinha um bar e uns quartos de hospedagem, o balcão do bar era muito alto e tinha só uma cadeira ou banco para sentar então eu ficava me espichando para ver do outro lado, onde tinha mesa de sinuca, eu gostava de ficar recortando figuras nos jornais e revistas, em cima do balcão, minha avó sempre comigo, me ensinando a cortar na linha pontilhada , ela costumava encher uma bolsinha com balas e chicletes que delícia.
Não posso esquecer as tardes de domingo que eu ia á matinê assistir filmes de faroeste, ou de navio pirata, acho que ficava bem perto de casa, pois eu ia só com meus primos.
Gostava muito quando chovia e minha tia ia me buscar na escola, eu fingia que ela era a minha mãe, íamos pelas ruas estreitas de sombrinha, eu chegava toda molhada, mas não me importava, estava feliz.
Aos domingos também ia à missa, a Márica me levava, ela cuidava de mim, e de todos, acho que eu gostava de ir só porque ela comprava pipoca doce para mim, depois comecei a ir sozinha, já sabia o caminho, um dia encontrei com um cachorro na rua, e tive muito medo, dei a volta no quarteirão de tanto medo, e esse medo me persegue até hoje, se encontro um na rua, sinto como se tivesse 6 anos de idade, como naquele dia, pode acreditar dou a volta no quarteirão.!
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