terça-feira, 9 de junho de 2009

Memórias da infância 2

Usar o outro como meio de satisfação e segurança,
Não é amor. O amor jamais é segurança;
O amor é um estado em que não existe desejo de estar seguro;
É um estado de vulnerabilidade “....

J. Krishnamurti
De tanta insistência minha, fui matriculada na escola, no 1 ano primário, como ouvinte, pois não tinha idade para freqüentar as aulas, mas queria muito aprender a ler e escrever, acho que deixei minha avó bem doida, de tanto pedir, o colégio era de freiras, muito severo e logo senti na pele as dores da desobediência , era um pouco imatura para acompanhar as tarefas e sofri as punições, como palmadas nas mãos, e muitos outros castigos, a professora era muito rude comigo, ou eu que desobedecia as ordens impostas.
Bem eu sentia muita saudade da casa da minha mãe, das minhas irmãs, tinha uma foto de uma das minhas irmãs que eu não largava, ficou até amassada e amarela de tanto eu brincar e olhar, então acho que pedi para voltar para casa, ou minha mãe pediu, que eu voltasse, não sei bem.

Aquele ano demorou a passar, foi um ano de descobertas incríveis, para uma criança de 6 anos , depois voltei para casa e minha vida de menina mimada acabou.
Quando estava para voltar, minha avó gostava de cantar uma canção:
“vou-me embora, vou-me embora sinhá dona, amanhã bem de manhazinha, deixou um abraço para quem fica eu rever minha mãezinha.” Eu ouvia a canção e chorava, pois estava dividida, queria ficar com minha avó, e ver a minha mãe, tudo era tão distante, tão longe, que saudade meu Deus.
Lembro bem do dia que voltei, abri minha mala e lá estavam todos meus tesouros, que tinha ganhado da minha avó e dos meus tios. Exibia tudo para minhas irmãs, que ficaram com ciúmes, e com razão, pois eu tinha muita coisa, muitos brinquedos, roupas novas e sapatos...
então a vida seguiu seu curso normal, depois voltava nas férias para visitar minha avó, ...

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